Alergias: Histórias reais |
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Sam, 29 anos (poeira, gatos, picadas de abelha)
Minha esposa e eu somos duas pessoas alérgicas. Eu conheço minhas alergias já pela maior parte da minha vida; ela descobriu as suas quando se casou comigo. Na verdade, começou a entender o que a estava deixando doente todo o tempo. Ambos fazemos o possível para manter nossas alergias à distância, e temos a sorte de sermos alérgicos basicamente às mesmas coisas. Mantemos uma casa livre de poeira, o que não é fácil para dois jovens trabalhadores. Entre a constante limpeza de poeira, limpeza com aspirador de pó (com um aspirador com filtro HEPA, claro), lavanderia e injeções de alergia, às vezes parece um pouco demais para lidar. Apesar disso, essas coisas já se tornaram parte de nossa rotina. São apenas coisas que fazemos para nos cuidarmos, já que sabemos como nos sentimos quando não as fazemos.
Algumas das minhas primeiras memórias são de alergias. Eu me lembro dos meus pais me dando injeções de alergia em casa, pedindo que a enfermeira do acampamento me desse injeções durante os verões, e carregando um kit de picadas de abelha para todos os lados. Quando era um adolescente, tinha de usar uma dessas pulseiras de alerta médico. Não era a coisa mais legal do mundo quando tinha 13 anos, mas eu entendi porquê era necessário. (Felizmente, eu era um garoto grande, e assim outros não me amolavam muito por isso). Eu tinha um ótimo médico alergista, e parecia que muitas pessoas também tinham alergias. Minha mãe costumava tomar as injeções no mesmo médico que as administrava em mim, e às vezes íamos juntos tomar nossas injeções.
Minha esposa sempre soube que sentia algo de errado, mas não sabia exatamente o que era. Ela não gostou quando eu sugeri que seus dois gatos pudessem ser o problema. Para mim, isso era óbvio, porém a ideia para ela era um pouco nova. Eu fiz o melhor que pude para controlar meu riso quando ela me perguntou se dar apenas um dos seus gatos iria ajudar no problema. Eu a convenci a consultar um alergista, e hoje nós dois tomamos injeções. Antes de namorarmos, esse pensamento nunca passou pela cabeça dela. Foi difícil convencê-la a se desfazer dos seus gatos, porém doá-los a um amigo ao invés de um abrigo ajudou-a a tomar esta atitude.
Minha esposa e eu não nos atraímos um pelo outro por causa de nossas alergias, mas ajuda um pouco ter uma pessoa compreensiva por perto. Mesmo assim, ela não é sempre compreensiva. Ela acha que eu exagero no controle da poeira, e eu acho que ela ignora um pouco o que esta poeira pode fazer aos mastócitos de uma pessoa. Ela sabe que os filtros de ar, capas antiácaros e aspiradores de pó especiais ajudam, mas odeia admitir que precisa dessas coisas para se sentir saudável. Eu, por outro lado, faço qualquer coisa que posso para me sentir melhor.
No final das contas, tenho tomado injeções pela maior parte do tempo há duas décadas e acho que elas ajudam (embora lentamente). Às vezes, eu gostaria de não ter alergias, mas sei que esta não é a realidade. Duvido que minhas alergias algum dia me deixarão, mas estou contente em saber que existem métodos para controlá-las.
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