Alergias: Histórias reais |
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Susan, 53 anos (alergias alimentares)
Eu não sabia que tinha alergias até meus 32 anos de idade, quando descobri que tinha um monte delas. Foram necessários mais de cinco anos e muito bom humor para controlar minhas alergias, sem mencionar as três décadas que eu passei antes de saber o que me deixava doente. Cheguei ao ponto de descobrir que tratar alergias pode ser como descascar uma alcachofra: cada sintoma pode levar a causas ocultas diferentes. Embora testes e tratamentos médicos tenham me ajudado de alguma forma, meus esforços contínuos para aceitar minhas limitações e manter um ambiente livre de alérgenos são as razões pelas quais eu me sinto melhor agora do que me sentia há 20 anos atrás.
Por muitos anos eu confundi os médicos com minha estranha variação de sintomas: vômitos, leves dores de ouvido, falta de energia. Eu era como um experimento científico. Um dia, após passar por minha lista comum de doenças com minha médica mais recente, ela sugeriu que eu pudesse ter algumas alergias. Isso era novo para mim, e eu me animei com noção de que meus problemas poderiam estar resolvidos com algumas simples injeções. A dra. Debbie me falou sobre um alergista que ela conhecia, mas ela foi muito clara dizendo que eu não deveria ter muitas esperanças de conseguir uma solução rápida. As alergias são difíceis de determinar e difíceis de tratar.
Eu fui ao alergista... e voltei ao alergista. O teste de punção cutâneo (prick test) revelou uma reação séria à poeira, o que significa que eu teria que começar a tomar injeções de alergia e a limpar toda a poeira da minha casa. Mas como a maioria das pessoas com alergias, eu ainda estava no começo de minha jornada. As injeções pareciam funcionar - ao menos meu vômito tinha parado - porém eu ainda tinha dores de cabeça regulares e não me sentia completamente bem. Nesse ponto meu alergista me disse para tentar o "desafio alimentar": eliminar da minha dieta por duas semanas cada um dos três alimentos mais alérgicos: ovos, leite e trigo. Foi realmente um desafio: tente por seis semanas consecutivas jantar todas as noites, cozinhando tudo do zero, sem usar os três alimentos mais comuns da dieta norte-americana!
Foram necessárias algumas semanas para preparar a mim e à minha família para a primeira etapa do desafio. Eu decidi começar eliminando leite porque me parecia o mais simples dos três. Na noite antes de iniciar a dieta sem derivados do leite, a família inteira me ajudou indo a um restaurante chinês perto de casa. Nós pedimos os pratos que costumamos pedir, incluindo um que tinha um molho "aveludador" feito de clara de ovos. Todos gostamos do jantar, porém no dia seguinte eu acordei com urticária por todo o meu corpo e febre. Cientista que sou, decidi mudar o calendário de eliminação de alimentos e começar cortando os ovos ao invés do leite. Quatro dias após iniciar minha dieta sem ovos e eu me senti uma pessoa nova, eu realmente me sentia bem.
Desde minha revelação sobre os ovos, minha vida tem sido muito mais fácil, mas mais difícil ao mesmo tempo. Eu tive que reaprender a cozinhar, me treinar para não ceder à tentação de bolos e outras coisas feitas com ovos, e ter a capacidade de conseguir determinar quais comidas contêm ou não ovos quando não há etiqueta disponível. A comida é mais do que apenas sustento; é algo social e emocional também. Além de todas as outras mudanças, eu tive que aceitar que tinha alergias alimentares. Eu não gosto de contar a pessoas estranhas sobre essas alergias, mas às vezes eu preciso, como em um restaurante. Eu também tenho que confiar que eles entendem a gravidade das minhas alergias e que irão fazer o possível para me ajudar a evitá-las. Eu tive ainda que descobrir minha alergia a nozes, mas testar todas aquelas outras alergias me ajudou a isolar e a eliminar essa com bastante rapidez. Após cinco anos de injeções, uma revolução completa na dieta e novos hábitos em casa, eu finalmente estou saudável.
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