Procedimentos de transplante |
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Há anos, os pesquisadores procuram formas de curar literalmente o diabetes -- permitindo que as pessoas não precisem mais de suas injeções diárias de insulina, testes de glicose e planejamento alimentar. Um importante foco da pesquisa é tentar encontrar maneiras de transplantar "células ilhotas beta" saudáveis em pacientes diabéticos. Apesar de ser provável que levem anos antes que os procedimentos se tornem amplamente utilizados, o progresso continua encorajador.
Em um estudo de 2001 com 12 pacientes, quatro deles apresentavam níveis normais de glicose, cinco apresentavam tolerância à glicose diminuída e três apresentavam diabetes pós transplante. Entretanto, aqueles que ainda apresentavam diabetes necessitavam de tratamento muito menos intensivo. Seguiram-se testes mais amplos. Em um estudo, somente 10% de 65 pacientes foram capazes de largar a insulina após cinco anos.
O procedimento envolve as seguintes etapas:
Os pesquisadores descobriram ser muito difícil refinar o procedimento. Muitas das células frágeis dos doadores morrem durante o processo. Além disso, o corpo do paciente tenta rejeitar as células do doador -- assim, o paciente precisa de drogas para suprimir o sistema imunológico.
Essas drogas, apesar de ajudarem a impedir que o corpo rejeite as células do doador, impedem as células de funcionarem corretamente (o que anula essencialmente o objetivo do transplante). As drogas podem causar efeitos colaterais graves e são necessárias por todo o resto de vida do paciente.
O procedimento deve ser realizado duas ou mais vezes num período de 2 a 3 meses, necessitando de vários doadores de pâncreas para alcançar a independência completa das injeções de insulina.
Obviamente, existem alguns obstáculos a serem superados antes do transplante de células ser uma cura prática para o diabetes. Várias melhorias e ideias estão sendo testadas, incluindo o uso de técnicas de clonagem e células ilhotas de porcos. Felizmente, os resultados continuam a ser encorajadores, então fique atento.
Transplante de órgão
Transplantes do pâncreas inteiro e transplantes duplos de pâncreas e rins têm uma boa taxa de sucesso a longo prazo para alguns pacientes com diabetes Tipo 1. Há algumas evidências de melhora de doenças cardíacas e neuropatias diabéticas após o transplante do pâncreas (embora não a retinopatia).
O uso por toda a vida de drogas imunossupressivas também é necessário com transplantes de órgãos inteiros e essas drogas têm efeitos colaterais. Os transplantes são recomendados somente em determinados casos, como falência renal ou quando o diabetes apresenta mais risco à saúde do que o transplante em si.
Referências
Lipshutz GS, Wilkinson AH. Pancreas-kidney and pancreas transplantation for the treatment of diabetes mellitus. (Transplante duplo de pâncreas e rim e transplante de pâncreas para o tratamento do diabetes mellitus.) Endocrinology and Metabolism Clinics (Clínica de Endocrinologia e Metabolismo). Dez 2007;36(4).
Markmann JF, Yeh H, Naji A, Olthoff KM, Shaked A, Barker CF. Transplantation of abdominal organs. (Transplante de órgãos abdominais.) In: Townsend CM Jr, Beauchamp RD, Evers BM, Mattox KL, eds. Sabiston Textbook of Surgery. 18a. ed. Filadélfia, Pa: Saunders Elsevier; 2008:cap 28.
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