Diabetes tipo 2: Uma história real |
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Susan H., uma mulher de 27 anos que mora em Massachusetts, tem diabetes tipo 2. Ela foi recentemente diagnosticada e respondeu às seguintes perguntas sobre viver com essa doença.
Como você descobriu que tinha diabetes tipo 2?
Fui fazer um exame de rotina. Há vários anos eu faço um exame por causa do histórico da minha família; todos na família do meu pai têm ou tiveram diabetes – meu pai, meus avós e até mesmo meus bisavós. Neste ano, o exame voltou e era oficial. Eu tinha desde setembro de 2003.
Como o diabetes afetou sua vida?
Acho que a pergunta deveria ser "Como o diabetes não afetou minha vida?" Eu tive que mudar muitos dos meus hábitos antigos. Eu tive que mudar meus padrões alimentares. Isso inclui o que eu como, onde como, quanto como e especialmente com que frequência. Tenho um horário de trabalho muito estressante e ocupado. Antes eu muitas vezes passava doze horas sem comer e depois comia coisas erradas.
O que você faz atualmente para controlar seu diabetes?
Verifico regularmente meus níveis de açúcar no sangue e tomo meu medicamento. Mudei minha alimentação e faço refeições regulares agora. Quando comecei acrescentando o café da manhã e o almoço no trabalho, descobri que não precisava comer demais no final do dia. Também procuro comer apenas na cozinha, em vez de comer na sala de visitas em frente da televisão.
Você tem procurado perder peso?
Sim, perdi cerca de 9 quilos. Eu tinha tentado perder peso antes, mas não conseguia porque mudava meus comportamentos apenas por curtos períodos de tempo. Agora fiz mudanças de estilo de vida. Percebi que não posso mais fazer as coisas do modo que fazia.
Você está conseguindo manter sua motivação?
Sim, os números me motivam. Quando vejo os números dos meus níveis de açúcar no sangue e eles estão altos, não quero achar que estou fracassando. Eu tendo a comer melhor nos dias em que faço o teste do nível de açúcar do que nos dias em que não faço. Vejo de que modo o que como pode afetar meus níveis de açúcar no sangue. Meu pai também me motiva. Meus pais vivem na costa oeste, mas falo com eles a cada duas semanas. Quando conversamos, comparamos números. Ele vem fazendo isso há muito mais tempo que eu, então é um desafio até mesmo chegar perto dos números dele. Eu também quero ver minha hemoglobina A1c diminuir. Sei que os números do açúcar no sangue precisam ser consistentemente baixos ao longo do tempo para conseguir essa redução. Isso também faz com que eu continue em frente.
Você teve que abrir mão de alguma comida favorita?
Sim, adoro tomar suco todas as manhãs. A maioria das pessoas toma café, mas eu não, eu tomava suco todas as manhãs. O suco contém muito açúcar, por isso não posso mais tomá-lo regularmente. Abri mão do refrigerante também. Isso foi muito difícil. Nunca havia percebido quanto refrigerante eu tomava. Notei imediatamente que quando parei de tomar refrigerante os meus níveis de açúcar no sangue caíram. Também adoro carne vermelha, mas tentei começar a comer mais frango. Agora, também vi meus níveis de colesterol caírem. Essas mudanças foram muito difíceis, mas gratificantes.
Você teve que mudar outro fator do estilo de vida, como o exercício?
Tenho tido muita dificuldade para me motivar a praticar exercícios. Sei que se praticasse exercício provavelmente perderia mais peso, mas ainda não consegui dominar essa parte.
Você se sente diferente agora em relação a quando soube que tinha diabetes?
No começo fiquei assustada. Eu não sabia se conseguiria mudar minha alimentação e controlar o diabetes. Lembrei de todas as vezes no passado em que tentara emagrecer e não tinha chegado a lugar nenhum. Eu me sentia despreparada também. Eu não sabia o que comer. Pensava nisso o tempo todo. Foi uma enorme adaptação, mas tive um bom apoio. Consegui me aproximar do meu chefe e conversar com ele sobre fazer mudanças no meu horário para que eu pudesse encaixar o café da manhã e o almoço.
Também tenho um ótimo grupo de amigos que me incentivam e ajudam. Minha nutricionista tem sido uma grande ajuda também. Ela me ajudou a fazer escolhas melhores. Ela me tornou responsável, mas me fez sentir que posso fazer isso com sucesso. O medo foi embora. Não tenho que pensar nisso a cada minuto todos os dias, como fazia a princípio.
Tem algo que você gostaria de acrescentar?
Duas coisas: (1) Eu me pergunto o quanto isso é importante para mim? Negar que eu tenho diabetes torna as coisas piores e pode me prejudicar a longo prazo. Há uma maneira de viver com diabetes que leva a uma vida melhor. (2) Uma boa rede de apoio ajuda. Minha família, meus colegas de trabalho e profissionais de saúde estão lá para me ajudar. Nenhum deles vai pensar mal de mim, que é um medo que eu tinha no começo. Ser diagnosticada com diabetes tipo 2 não é o fim do mundo, mas o começo de uma experiência totalmente nova para me levar a uma vida melhor e mais saudável.
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